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Sociedade

Abrantes: Depressão "Bárbara" provocou várias inundações urbanas (C/ VÍDEO - ATUALIZADA)

20/10/2020 às 00:00
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A depressão “Bárbara” que atravessou parte do território nacional trazia ventos e chuva intensos o que levou a Proteção Civil a acionar o alerta laranja em vários distritos, assim como o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou nesta terça-feira vários distritos em alerta meteorológico vermelho.

Algumas das consequências expectáveis decorrentes desta depressão era a inundação de espaços urbanos [derivado das chuvas fortes] ou queda de árvores e estruturas [derivado dos ventos fortes previstos].

No Ribatejo norte a “Bárbara” deixou durante a madrugada pequenos incidentes nos locais habituas, mas nada de grave ou que motivasse qualquer plano adicional ao normal trabalho das forças de Proteção Civil e de autarquias.

Nesta terça-feira havia previsão de agravamento do tempo para o Vale do Tejo e, efetivamente, por volta das 14 horas choveu com elevada intensidade o que fez com que algumas linhas de água transbordassem.

Em Abrantes um dos locais onde é habitual haver a inundação da estrada é em Alferrarede, em plena Nacional 2. O local é sempre o mesmo, junto ao café Três Coroas. Neste sentido as autoridades colocam a sinalização de estrada submersa para avisar os automobilistas do que vão encontrar.

Ainda na semana passada o presidente da Câmara de Abrantes tinha dito aos jornalistas, à margem da reunião do executivo municipal, tinha referido que aquela via é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP). Na mesma ocasião, o presidente da autarquia abrantina, tinha dito que estão a tentar desclassificar este troço da Nacional 2 [entre a A23 e a rotunda do Intermarché], mas a IP não “abre mão deste troço” o que inviabiliza qualquer intervenção municipal. Mesmo que sempre que chova mais do que o normal o cenário acabe por ser sempre o mesmo.

Zona próxima ao café 3 Coroas, em que a Nacional 2 fica sempre desta forma quando chove um pouco mais do que o normal

Há muitos outros locais em que, neste dia, foi necessária a presença dos bombeiros. De acordo com o comandante dos Voluntários de Abrantes, quer de madrugada, quer durante o dia, foram chamados a várias ocorrências. Entre elas inundações de garagens e as inundações de algumas estradas.

Há também nota de uma estrada em terra batida, na freguesia de Aldeia do Mato / Souto a norte da Pucariça que voltou a ser destruída pelo mau tempo. Já o tinha sido em 2019 com a passagem da tempestade “Elsa” e agora pela “Bárbara”. Pelo meio levou uma intervenção da Câmara Municipal.

Pucariça (Foto: Francisco Matos)

Alguns munícipes partilharam, como é normal, muitas fotos e vídeos do mau tempo nas redes sociais. Um desses vídeos dá conta do escorrimento de uma das encostas de Abrantes junto ao café Nova Cidade. A água galga o muro de suporte das terras, transformando a rotunda do Lidl, por algum tempo, numa “ribeira” de águas barrentas.

Imagens registadas por Sandra Carvalho, cerca das 14 horas

Na zona de Vale de Rãs, na Rua dos Lírios, um aqueduto que atravessa esta rua não aguentou com tanta água a escorrer de montante e provocou alguns constrangimentos. De acordo com Bruno Tomás, presidente da União das Freguesias de Abrantes e Alferrarede as águas não correndo pela linha de água estavam quase a entrar no bloco habitacional. A forma de solucionar o problema foi colocar duas moto-bombas dos bombeiros voluntários a retirar água do local onde fazia a represa.

A Câmara de Abrantes também levou ao local uma máquina para abrir uma vala que permita escoar melhor as águas, para fora do perímetro do bloco habitacional.

Bruno Tomás indicou que as equipas da Junta de Freguesia andavam a acorrer a pequenas situações que iam surgindo um pouco por todo o lado, mas garantiu que não tinham registado qualquer ocorrência de maior gravidade.

Uma das preocupações é a Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, na subida da Escola D. Miguel de Almeida para o centro da cidade, devido à possibilidade de queda de pedras. Situação idêntica é a Rua General Humberto Delgado, de acesso à Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes onde também ocorre frequentemente a queda de pedras de uma das barreiras.

Quando à depressão Bárbara, não trouxe, mesmo assim os ventos inicialmente previstos, mas trouxe chuva muito intensa. De acordo com a estação meteorológica METEOABRANTES entre as 16 horas de segunda-feira, dia 19, e as 16 horas desta terça-feira, tinha chovido em Abrantes 62,6 mm, o que equivale a 62 litros por metro quadrado.  

Até às 16 horas desta terça-feira os Bombeiros tinham sido chamados a diversas ocorrências, nomeadamente Vale de Rãs, Rossio ao Sul do Tejo, Alferrarede, Vale de Cortiças, sendo que na madrugada já tinham estado também em Pucariça, freguesia de Aldeia do Mato Souto. O Médio Tejo tinha, a esta hora, várias situações registadas, mas tal como em Abrantes, nenhuma stiuação era considerada grave ou perigosa.

Jerónimo Belo Jorge

Imagem Windy.com: previsão de pluviosidade às 18:00 desta terça-feira

 

Mau tempo: Proteção Civil registou 654 ocorrências e coloca mais três distritos em laranja

A Proteção Civil registou até ao final da manhã de hoje 654 ocorrências devido ao mau tempo, sobretudo nas zonas urbanas a norte do rio Tejo, e colocou em alerta especial laranja mais três distritos do sul do país.

Em conferência de imprensa realizada após a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), realizada na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o ministro da Administração Interna precisou que as 654 ocorrências devido ao mau tempo envolveram cerca de 2.200 operacionais e não havia registo de “ocorrências particularmente graves”.

Eduardo Cabrita avançou também que mais três distritos foram colocados hoje em alerta especial laranja (o segundo mais grave da escala), totalizando 11.

Os distritos que se juntam a Lisboa, Santarém, Setúbal, Portalegre, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra e Porto são Faro, Beja e Évora.

O estado de alerta laranja, ativado quando o grau de risco é elevado e é expectável uma situação de perigo com condições para a ocorrência de fenómenos invulgares que podem causar danos a pessoas e bens, colocando em causa a sua segurança, vai estar em vigor até às 23:59 de quarta-feira.

“A ANEPC já hoje elevou o nível de alerta laranja para toda a estrutura operacional para 11 distritos fundamentalmente do Centro e Sul do país, estando os restantes em amarelo”, disse o ministro da Administração Interna, dando conta que foram enviados, na segunda-feira à tarde, sete milhões de mensagens escritas por telemóvel (SMS) no âmbito do mecanismo de alerta de emergência dirigido às populações.

Segundo o ministro, o período de maior risco de chuva e vento forte ocorreu na segunda-feira, entre as 18:00 e as 00:00, voltando a registar-se um agravamento das condições meteorológicas hoje à tarde, a partir das 12:00 e até às 18:00.

Presente na conferencia de imprensa, o comandante operacional nacional da ANEPC, Duarte Costa, especificou que as situações de “maior risco e perigosidade” vão verificar-se durante o dia de hoje, mas o alerta laranja vai prolongar-se até quarta-feira, uma vez que é necessário manter o dispositivo para fazer face ao que esta situação meteorológica pode deixar.

Duarte Costa avançou que, ao longo da tarde de hoje, a situação mais grave está prevista acontecer no sul do país, principalmente no distrito de Faro.

O comandante operacional nacional aconselhou ainda a população a ter os cuidados preventivos, como condução defensiva, obstrução de águas, não atravessar zonas inundadas e fixação das estruturas móveis existente em casas.

Portugal continental está sob o efeito da depressão Bárbara, que dará origem a precipitação forte, aumento da intensidade do vento com rajadas até 100 quilómetros por hora e até 130 quilómetros por hora nas terras altas e agitação marítima, em especial na costa da região sul.

Lusa