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Utentes destacam "melhor ano de sempre" na recuperação de tempos de espera no Médio Tejo

13/04/2017 às 00:00
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O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) teve em 2016 “o melhor ano de sempre” na recuperação de tempos de espera, com mais quase mil cirurgias realizadas do que no ano anterior, disse o porta-voz da Comissão de Utentes.

Manuel José Soares disse à Lusa que o balanço de 2016 e as perspetivas para 2017 foram apresentadas pela administração do CHMT à Comissão de Utentes da Saúde do Médio (CUSMT) numa reunião realizada na quarta-feira, na qual foi feito ainda o ponto de situação sobre os recursos humanos, sendo salientada a dificuldade em contratar médicos para as especialidades de cardiologia e anestesiologia.

Em relação à redução dos tempos de espera em cirurgias e consultas externas, Manuel Soares afirmou que o CHMT conseguiu em 2016 ser das unidades com melhores resultados a nível nacional, o que foi possível graças a uma melhor organização dos serviços e aproveitamento de recursos, humanos e materiais.

“Foram realizadas quase mais mil cirurgias do que em 2015” e, na oncologia, “os prazos estão próximos de ficar abaixo do estabelecido”, disse, apontando, contudo, a necessidade de o CHMT melhorar a comunicação dos tempos de espera, seja investindo em ‘software’ que permita a consulta dessa informação na sua página na Internet ou conseguindo que a administração central crie uma funcionalidade que permita essa consulta hospital a hospital.

O porta-voz dos utentes salientou o anúncio da contratação de “seis a sete” médicos para as especialidades de ortopedia, oftalmologia, medicina interna e pediatria, que, sobretudo nestas duas últimas, vem “estabilizar as especialidades nas três unidades hospitalares” do CHMT (Torres Novas, Tomar e Abrantes).

Valorizando “o esforço dos trabalhadores, que vestiram a camisola”, Manuel Soares destacou dificuldade de contratação de especialistas, apesar da tentativa do Governo de colocação de médicos nas chamadas zonas carenciadas, sendo que o CHMT se candidatou a 15 especialistas do contingente de 150 aberto a nível nacional.

O porta-voz da CUSMT saudou ainda o anúncio de um programa adicional para a realização de cirurgias no segundo semestre do ano em Tomar, unidade que irá igualmente passar a dispor de uma TAC (Tomografia Axial Computorizada) e de um reforço dos técnicos de fisioterapia.

Para a CUSMT, um dos aspetos essenciais para o corrente ano será conseguir-se que os serviços de urgência em cada uma das três unidades possam dar autorização de internamento direto nas diversas especialidades, o que atualmente só acontece em Abrantes.

O objetivo é “haver poucas diferenças entre as três Urgências”, disse, salientando que a requalificação do serviço de Urgência de Abrantes deverá ficar concluída este ano.

A CUSMT continua a insistir na articulação entre os cuidados primários e os hospitalares, sublinhando Manuel Soares os “passos concretos que já foram dados no aproveitamento dos meios complementares de diagnóstico”, como a realização de análises, raio x ou eletrocardiogramas.

No próximo dia 20, a CUSMT vai reunir-se com a coordenação do Agrupamento de Centros de Saúde para “aprofundar” esta temática, sendo expectativa que, como já acontece em alguns projetos piloto a nível nacional, a troca de informações entre clínicos das especialidades e os médicos de família possa avançar, pelo menos, em alguns centros de saúde, afirmou.

Manuel Soares sublinhou o facto de a administração do CHMT, liderada por Carlos Andrade, reconduzida pelo Governo, estar agora empossada, podendo prosseguir com o projeto que iniciou há quatro anos e que tem permitido a recuperação de serviços essenciais às populações.

“Vivemos tempos de esperança, mas não de ilusões”, declarou, apontando os constrangimentos financeiros, nomeadamente europeus, que tornam difícil fazer muito mais, a não ser que “haja vontade política para que o setor da Saúde mereça mais atenção”, com todos os ganhos que esse investimento tem a médio e longo prazo.

Lusa