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Saúde

Sardoal: Falta de Médicos preocupa Bloco de Esquerda - COM SOM

14/02/2017 às 00:00
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Carlos Matias (BE), Miguel Borges, presidente da CM e Armindo Silveira (BE)

O deputado do BE eleito pelo distrito de Santarém, Carlos Matias, realizou, na segunda-feira, uma visita a Sardoal, onde foi possível inteirar-se do problema da falta de médicos de família.

Carlos Matias referiu que vai interpelar o Ministério da Saúde sobre a falta de médicos e sobre o ponto de situação da Unidade de Cuidados na Comunidade, “que irá abranger o concelho de Sardoal e algumas freguesias no norte do concelho de Abrantes”.

O deputado do BE disse que vai “interpelar o Ministério da Saúde sobre a colocação de um médico que faça atendimento em Sardoal”, considerando haver outra questão em aberto: “Há cerca de um ano, foi constituída uma Unidade de Cuidados na Comunidade, englobando o território de Sardoal e o norte do concelho de Abrantes. Há um ano que essa unidade está no papel, mas ainda não está a funcionar. Há que saber porquê e nós vamos perguntar porquê”, salientou.

Recorde-se que a falta de médicos de família no concelho de Sardoal motivou já uma exposição ao Presidente da República por parte do autarca local, Miguel Borges, que afirma terem-se "esgotado as vias institucionais adequadas à situação".

Na missiva enviada a Marcelo Rebelo de Sousa, Miguel Borges (PSD) alerta que a falta de médicos de família no concelho, com mais de 50% dos utentes "a descoberto", arrasta-se "desde 2009", com "evidente prejuízo de um grande número de pessoas e profundamente lesiva dos direitos constitucionais dos cidadãos".

“Esta é uma preocupação que já se arrasta há muito tempo. Neste momento, na unidade de saúde de Sardoal estão inscritos cerca de 4 mil utentes, com alguns utentes da parte norte do concelho de Abrantes que vão ao centro de saúde de Sardoal. Portanto, para estes 4 mil utentes deveriam corresponder no mínimo a dois médicos, neste momento só há uma médica. Há cerca de dois mil utentes que estão sem médico”, referiu Carlos Matias.

“São estas preocupações que levo, porque de facto as pessoas têm todo o direto de reclamarem o médico, que está em falta. Além do mais, são pessoas que estão em zonas rurais, grande parte são pessoas envelhecidas, onde os transportes públicos não existem ou são pouco frequentes, logo é nestas zonas que tem de ser resolvido este problema”, vincou o responsável.

Carlos Matias considera que num tempo em que tanto se “fala do despovoamento do interior, é nestas medidas concretas que também se vê, se há ou não há vontade política de resolver o problema do interior”.

“Para combater o problema do interior, o que há para fazer é garantir bons serviços públicos, ora aqui está um bom exemplo – um bom serviço de saúde é essencial para que as pessoas se fixem em regiões como a de Sardoal”, finalizou.

O município de Sardoal, com quatro mil habitantes, é um dos 13 concelhos na região do Médio Tejo, distrito de Santarém, com maior número de utentes "a descoberto" pela falta de médicos de família (2053 utentes), só suplantado por Abrantes (11.500), Ourém (7.000) e Torres Novas (5.300), segundo o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Médio Tejo.

Crédito:Paulo Sousa

 

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