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Saúde

Abrantes: Município ainda sem solução para o encerramento da extensão de saúde de São Miguel do Rio Torto

7/03/2019 às 00:00
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O encerramento da extensão de saúde de São Miguel do Rio Torto foi um dos temas que norteou a última reunião de Câmara de Abrantes, na quarta-feira, dia 6 de março.

Os vereadores da oposição questionaram o presidente acerca do assunto e fizeram referência à reunião que aconteceu entre o autarca e a população de São Miguel do Rio Torto, na passada sexta-feira.

 Rui Santos PSD (ao centro) e Armindo Silveira BE manifestaram a sua preocupação acerca do assunto

Na reunião da passada sexta-feira, cerca de uma centena de populares manifestaram o seu descontentamento com o fecho da extensão de saúde e reclamaram pela reposição do serviço de atendimento médico e de enfermagem.

Recorde-se que desde a abertura oficial da Unidade de Saúde Familiar (USF) Beira Tejo, situada em Rossio ao Sul do Tejo, que a extensão de saúde de São Miguel do Rio Torto foi encerrada e os utentes foram aconselhados a inscreverem-se na nova USF.

Na sexta-feira, o presidente da Câmara, Manuel Valamatos, ouviu as preocupações dos populares e pediu algum tempo que lhe permita encetar diligências no sentido de criar condições aquela comunidade para que volte a ter um acesso facilitado aos cuidados de saúde primários.

Quando questionado sobre os resultados da reunião com Sofia Theriaga, diretora do ACES Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos referiu que lhe foi dito que é necessário “algum tempo para estudar e voltar a analisar a situação”.

Reconhecemos que São Miguel do Rio Torto tem a sua especificidade. É uma comunidade muito grande. Tem muitas pessoas de idade que ficaram sem os serviços, inclusivamente de enfermagem. E, de facto, de um momento para o outro criou-se aqui uma fragilidade”, reconheceu o presidente.

Temos cidadãos que me disseram que todos os dias precisam de levar uma injeção e todos os dias vão ter de se deslocar à USF em Rossio. Referem que não têm dinheiro e que têm reformas muito baixas e que assim não conseguem”, salientou.

Posto isto, o autarca garantiu que desde o início desta semana que a Câmara Municipal, em articulação com a Junta de Freguesia, tem à disposição da comunidade de São Miguel do Rio Torto uma carrinha que garante a deslocação para a USF Beira Tejo.

Para além do “Transporte a Pedido que é universal e que as pessoas têm (…) colocámos à disposição da comunidade, de forma gratuita, uma carrinha nestas duas próximas semanas para que ninguém tenha prejuízos financeiros na sua deslocação”, garantiu o presidente, dando conta que no decorrer desta semana e na próxima o executivo “vai continuar a trabalhar com a Dr.ª Sofia Theriaga para tentar perceber se conseguimos ter outra solução. Se conseguimos encontrar outra forma de responder às pessoas de forma mais equilibrada”.

"Aquilo que pedi na altura foi um bocadinho de tolerância para me deixarem enquadrar em todo este processo" -  Manuel Jorge Valamatos 

Sobre a União de freguesias de São Facundo e de Vale das Mós ter também ficado desprovida do serviço de enfermagem, único existente naquela localidade, Manuel Jorge Valamatos garantiu que também questionou o ACES do Médio Tejo sobre a situação.

Como devem de calcular aquelas populações já perderam o médico há muitos anos e agora perderam o enfermeiro. Ficaram de facto muito fragilizadas, nomeadamente, na dificuldade em deslocarem-se para o Centro de Saúde de Bemposta”, fez notar.

Aquilo que pedi na altura foi um bocadinho de tolerância para me deixarem enquadrar em todo este processo. Compreendo todas as dificuldades na aquisição de médicos e na vinda de médicos para as nossas cidades do interior, mas também compreendo as populações que ficaram, de um momento para o outro, vazias de serviços de proximidade ao nível de médico e de enfermagem”, considerou o autarca.

Por último, recordou o presidente que compete à ARS “colocar médicos e enfermeiros, não é uma competência direta da Câmara Municipal. Nós temos vindo a construir edifícios, equipamentos e a arranjar os transportes. Temos feito o nosso trabalho ao serviço das nossas comunidades e das nossas pessoas, um trabalho muitas vezes árduo e às vezes até difícil de explicar”.

 

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