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Investigação compara resposta à pneumónica e à covid-19 no Pinhal Interior Sul

5/04/2021 às 14:52
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Investigadores da Universidade de Lisboa querem saber a resposta que os municípios do Pinhal Interior Sul deram às populações durante a pneumónica, comparando-a com a resposta que está a ser dada à covid-19.

Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, o município de Proença-a-Nova refere que o projeto "Memórias Resgatadas, Identidades (Re)construídas (MRIR)" está a ser desenvolvido pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa (UL), nos concelhos de Proença-a-Nova, Sertã, Oleiros, Mação e Vila de Rei.

Os investigadores estão a "recolher informação sobre a resposta que os municípios do Pinhal Interior Sul deram às populações durante a pneumónica - ou gripe espanhola - que assolou o mundo em 1918-1919, comparando-a com a resposta que estes mesmos municípios estão a dar atualmente, quando se vive a crise de saúde pública provocada pela covid-19".

Citado na nota, o investigador da UL António Manuel Silva refere que estão a ser procurados elementos "nos livros de atas das sessões de câmara e das comissões administrativas locais, da imprensa local e regional da época, nos livros dos cemitérios e nos livros de registos de correspondência, das entradas e saídas".

"Por enquanto, ainda é cedo para apresentar conclusões, mas há certos dados, relacionados com Proença-a-Nova, que se destacam. Por exemplo, a mortandade da população que foi transversal a todas as aldeias e a fome, tendo em conta a escassez de cereais: é preciso recordar que a Europa estava a sair da I Guerra Mundial, seguindo-se depois a pneumónica, que teve também consequências graves", afirma.

Paralelamente, a equipa da UL está a trabalhar sobre os dados já recolhidos para constituir uma "Memória da Educação", ao nível local, identificando o património material e imaterial associado à educação e ao ensino (edifícios, iconografia, biografias de pedagogos e professores, efemérides, museus escolares, imprensa local e regional, estatística escolar ou visitas de estudo).

O MRIR desdobra-se em três eixos que se articulam entre si: construção de fontes históricas fundada na recolha, sistematização e produção de conhecimento sobre experiências de escolarização (eixo Memória), identificação do património histórico da educação ao nível da cultural local (eixo Património) e produção de materiais (programas, currículos e módulos temáticos) associados ao ensino e à formação no domínio da história local (eixo Educação).

O projeto, com uma dotação de 200.645 euros, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com cofinanciamento do programa Compete2020, Lisboa2020, Portugal2020 e União Europeia.

A investigação iniciou-se em 2018 e prolonga-se até ao dia 30 de setembro, abrangendo os municípios do Pinhal Interior Sul (região Centro) e também a Área Metropolitana de Lisboa.

O Instituto de Educação da UL foi a entidade proponente do projeto, que tem como parceiros os institutos politécnicos de Castelo Branco e de Tomar.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.853.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.885 pessoas dos 823.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Lusa