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Política

Constância: CDU faz balanços e acusa maioria PS “de uma mudança que não aconteceu”

26/11/2018 às 00:00
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Após um ano de mandato, a CDU de Constância promoveu um Encontro Concelhio da Coligação Democrática Unitária, onde deixou balanços.

O momento, que contou com todos os eleitos da CDU em todos os Órgãos Autárquicos concelhios e com Diogo D´Ávila, membro do Comité Central do Partido Comunista Português, realizou-se na Antiga Cadeia, no passado dia 18 de novembro.

Após a reunião realizada e com o objetivo de efetuar um balanço sobre o trabalho da CDU na oposição e ainda da ação da maioria socialista, Júlia Amorim, membro da Coligação e também vereadora na CM de Constância, começou por falar à Antena Livre de “uma mudança que não aconteceu” e “de falta de estratégia” por parte do PS. Na sequência do Encontro, a CDU emitiu ainda um comunicado.

“Vemos que não existe uma estratégia definida para as áreas da cultura e do turismo, por exemplo. Uma estratégia centrada para as diferentes áreas e uma afirmação sustentada que projete o concelho para o exterior que é fundamental para a captação de empresas, para a fixação de população, para a captação de novas famílias, e, portanto, neste momento sentimos que não existe uma estratégia de comunicação”, começou por afirmar Júlia Amorim.

“Essa estratégia de comunicação talvez não exista porque efetivamente foi um ano que se verificou que foram feitas algumas ações que já tinham sido realizadas pelos anteriores executivos, portanto de continuidade. E não criticamos, é sinal que não estavam mal, mas também não vimos a mudança que esperávamos”, considerou a vereadora.

"Ponte - Garrote do Nosso Desenvolvimento"

Entre os vários assuntos, a CDU de Constância elenca em comunicado aqueles que consideram mais preocupantes. A reivindicação de uma nova travessia é um dos exemplos.

Referem no documento que “a maioria socialista do concelho não conseguiu até hoje convencer o seu governo central, nem tão pouco o Município de Abrantes, para a urgência da nova travessia que sirva a margem esquerda do Tejo. Lamenta a CDU que o atual executivo votasse favoravelmente, no âmbito da Comunidade Intermunicipal, como primeira prioridade a construção da Ponte da Chamusca ficando em segunda prioridade o alargamento da Ponte de Constância em pé de igualdade com uma nova travessia em Tramagal”.

“Sentimo-nos um bocadinho traídos, porque foi a CDU que levantou a questão da ponte”, vincou Júlia Amorim, tendo referido que “foi a própria CDU que desencadeou uma moção e a pedido do senhor presidente demos-lhe um voto de confiança. Retirámos a moção e depois no fundo fomos "obrigados" a votar uma moção, apresentada pelo PS, onde estava tudo concertado, a nível da Comunidade Intermunicipal e a nível da nossa Câmara Municipal, com o facto da prioridade ser a ponte da Chamusca”.

 

Júlia Amorim

De seguida, a vereadora enumerou alguns projetos com os quais não se revêm: “Não teríamos alterado alguns projetos que já estavam elaborados, como por exemplo, o Largo Cabral Moncada”, disse, tendo explicado que a alteração do projeto “além de retirar funcionalidade, que tem a ver com os estacionamentos na zona baixa da vila e do centro histórico, vai prejudicar as acessibilidades e veio atrasar o processo”.

“Também fizemos algumas sugestões para o projeto de requalificação da zona ribeirinha em que faltam equipamentos, como balneários e o aumento de sanitários públicos, que deem respostas à grande utilização do rio”, lembrou a vereadora, tendo referido ainda que “a CDU não teria colocado os lotes de Santa Margarida da Coutada à venda pelo valor aprovado em reunião de câmara, mas por um preço simbólico até porque já tínhamos, nos mandatos anteriores por duas vezes, baixado aqueles lotes uma vez que não houve procura”.

Apesar das críticas, a CDU identifica algumas ações da maioria PS como iniciativas positivas: “A criação de uma zona de estacionamento junto à Sociedade da Portela (ideia e negociação de terrenos que vinham do anterior mandato), o arranjo em frente ao Cemitério da Portela, o concurso 7 Maravilhas à Mesa e algumas pequenas obras são aspetos positivos no meio de um oásis de uma gestão errática, improvisada e sem estratégia”.

Quando questionada sobre a estratégia que estão a elaborar para as próximas Autárquicas de 2021, Júlia Amorim falou de um trabalho de continuidade, “com um trabalho que não se vê, que tem a ver com a preparação dos dossiers que nos são entregues, e que dentro das nossas possibilidades e da informação disponível que temos, procuramos estudar, esclarecer e nos órgãos próprios termos as nossas próprias posições”.

“A outra estratégia é estarmos presentes nas iniciativas quer naquelas que somos convidados pela Câmara Municipal, quer das associações, ou seja, não aparecermos só no ano das eleições”, afirmou a responsável, tendo reconhecido que o resultado das últimas Autárquicas deixou toda Coligação “muito triste, porque achávamos que tínhamos um projeto que era o melhor para o concelho, mas não foi esse projeto que o povo decidiu”.

Por último, quando questionada sobre se é novamente o rosto da CDU à Câmara Municipal nas próximas eleições, Júlia Amorim confessou ainda não ter pensado sobre o assunto.

 

*Declarações de Júlia Amorim para ouvir esta terça-feira, no alargado do 12h00