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Música

ENTREVISTA: Angélica Alma-Ata...Do Cazaquistão para Portugal....e Tramagal com a guitarra às costas!

13/04/2019 às 00:00
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Angélica Alma-Ata, compositora, cantora e guitarrista chegou do Cazaquistão em Setembro de 2015

para em Portugal estudar música no Hot Club, mas rapidamente a paixão pela música passou a ser acompanhada

pela paixão pelos Jacarandas, Lisboa e...Portugal.

Uma inspiração composta por diversas melodias, sabores e tons onde o concelho de Abrantes "também tem algo a dizer"!

Os seus originais são cantados em inglês, português, russo e cazaque.

A banda formou-se em Novembro de 2017 e o álbum de estreia irá ser lançado muito brevemente.

Hoje, fique a conhecer um pouco melhor Angélica Alma-Ata

 

Estando a viver “no outro lado do mundo”, como surge Portugal na tua vida? 
Sempre tive uma paixão por mapas, e Portugal simbolizava o fim do mapa, e a curiosidade e o sonho trouxeram-me até cá. 

Além de viajar, vieste também para estudar música certo? Porquê estudar música em Portugal?
Quando cheguei a Portugal, já era música, já tocava e sempre gostei de viajar com a guitarra às costas. Em Lisboa participei numa jam session no Café Tati, onde os músicos eram inspiradores e me desafiaram a mudar a minha vida e a vir estudar música no Hot Club.

Como é que Portugal te recebeu? Qual foi o primeiro impacto que tiveste sobre o povo português uma vez cá?
Portugal recebeu-me sem cerimónias. Recebeu-me como se eu fosse parte da família do povo Português. 

Neste “Thousand”, o teu primeiro single, podemos reconhecer várias influências...do jazz ao rock com um cheirinho pop. De onde vêm essas influências?
Cresci no mundo do Punk Rock Russo, que era muito popular nos anos da minha juventude no meu país, e como diz o povo "podes tirar a rapariga do Cazaquistão, mas não podes tirar o Cazaquistão da rapariga", por isso ainda que tenha passado os últimos anos a ouvir jazz, MPB e Pop, sempre tenho aquela atitude mais rockeira e esses são traços que não quero mudar, ainda que a minha caixa de música nunca esteja fechada a outras influências. 

E tendo em conta essas influências...neste trabalho, onde podemos encontrar o Cazaquistão? 
Quando eu canto sobre o Mar, eu canto sobre Portugal, mas quando canto sobre o céu, eu canto sobre o Cazaquistão.

E assim sendo, pode-se definir a tua música…o teu estilo?
A minha música é uma mescla de estados de alma e de influências várias. Influências dos países por onde passei e das pessoas com quem me cruzei.

E o mercado? Fazer música em Portugal? Vem aí o teu disco. Estás assustada? 
O mercado Português é muito hospitaleiro e sinto que está aberto para me receber. Não estou assustada, estou a sentir-me como uma criança na manhã do Natal. 

E a música que se faz em Portugal? Como a caracterizas em relação ao que faz e ouvimos pelo resto do mundo? 
Tenho muitos amigos músicos que fazem música muito bonita, e de alguns sou mesmo muito fã. A música que se faz em Portugal surpreende-me com as influências e cores de diferentes países e culturas. 

Qual foi a primeira música portuguesa que ouviste?
Ao início ouvia maioritariamente música brasileira, mas um amigo meu que é baterista e que é do Alentejo, mostrou-me as primeiras músicas Portuguesas que ouvi, e a primeira foi o Cante Alentejano, o que me surpreendeu bastante. 

E qual o artista português que mais admiras?
Gosto muito dos HMB.

Apesar do single ser em inglês, podemos encontrar no teu álbum, várias músicas noutras línguas. São fruto das tuas passagens pelo mundo?
Sim mas também por causa dos meus gostos e interacções com pessoas e músicos de várias zonas do mundo. Eu estudei e continuo a estudar Português e quanto mais fico envolvida na cultura Portuguesa, mais vontade tenho de criar músicas em Português, e é possível que o meu próximo seja totalmente na língua dos Lusíadas.


Bem...Cazaquistão...mundo...Portugal e....Abrantes??! Abrantes também está na tua vida (eu diria mais até...no teu coração). O Tramagal, mais precisamente tem um significado especial para ti. Queres contar?
Estas são as coisas que são impossíveis de prever ou mesmo imaginar, mas as coisas acontecem naturalmente e os caminhos do amor levaram-me a Tramagal e a Abrantes e são sítios que gosto muito.

E as distâncias? Como se gerem?
A internet consegue ajudar a que as distâncias sejam mais curtas e assim fica mais fácil falar com a minha Mãe e com as minhas amigas. Podia ser bem pior. 

Gostas da comida Portuguesa? O que mais te fascina?
Gosto muito de comida portuguesa. Adoro Polvo à Lagareiro, ainda que adore muitos outros pratos, mas sobretudo se forem caseiros. Fico também muito feliz pela diversidade de cozinhas de todo o mundo que temos em Lisboa.

Voltando à música...quais são os teus planos? Agora o single, depois o álbum e seguramente os concertos ao vivo com a tua banda...E a promoção, claro. Já tens feedback das rádios nacionais?
Tudo está a ser trabalhado de forma a que os passos certos sejam dados nos momentos certos. Neste momento estamos a começar a divulgar o primeiro single e o feedback tem sido fantástico. Estamos a trabalhar também na pós produção do disco e ainda que tenhamos algumas possibilidades de algumas editoras, queremos ter a certeza que será a editora ideal para o mercado que queremos chegar, por isso ainda não fechámos com nenhuma. 

E os concertos, como vão ser?
Apenas com o lançamento do primeiro single já tivemos bastantes solicitações para tocarmos ao vivo o nosso trabalho de estúdio. Estas datas para já são em Lisboa e Castro Verde, mas será um prazer levar as minhas músicas ao coração de todos os portugueses e portuguesas de norte a sul, de este a oeste. 



E a tua banda? Quem são os teus músicos e como os conheceste?
Adoro a minha banda, apesar de seres músicos incríveis, são também pessoas fantásticas e também meus amigos. O meu Guitarrista -  Miguel Barrosa foi meu professor no Hot Club, o Bernardo Fesch, que é o baixista, conheço-o através de outros amigos músicos e ainda que tenhamos estado para participar noutros projectos musicais em conjunto, este acabou por ser o momento de conseguirmos juntar as nossas artes. O João Colaço, que é o meu Baterista, caiu dos céus no momento certo, no estúdio certo para ser o boss dos nossos ensaios e com o click certo.
   
Até onde gostarias de chegar?  
Gostava de com as minhas canções, as minhas letras e com a minha paixão, fazer pessoas a sorrir, dançar ou cantarolar as minhas músicas, porque essa é das sensações mais incríveis que posso ter. E como esta minha paixão é quase infinita, quero tocar o maior número de corações possível.