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Música

ENTREVISTA: «ABOVE THE RAIN», a nova canção de PEDRO DYONYSYO

20/02/2021 às 10:00
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PEDRO DYONYSYO (DR)

O prometido, é devido...Às 21h00 de sexta-feira 19 de Fevereiro, o músico Pedro Dyonysyo mostrava ao mundo a sua mais recente criação "Above The Rain" e escrevia  nas redes sociais:

"Aqui fica o meu single, desta vez para o meu projeto paralelo de originais "Lado B", um outro lado meu que complementa o "Lado A" mais conhecido de alguns de vós.
(...)
O lado B será sempre porém o meu lado mais livre, das minhas influências musicais primárias, onde as cores das paisagens sonoras poderão por vezes ser mais escuras ou até sombrias (que não é o caso deste tema). Este projeto estava há muito idealizado mas só agora com o novo estúdio consegui colocar em prática.

A opção de gravar e tocar sozinho este tema deve-se aos tempos de confinamento que agora vivemos, porém assim que possível pretendo partilha-lo com os meus companheiros de estrada, aos quais desde já agradeço pelo incentivo e apoio que me deram com as suas opiniões e incentivo para este trabalho.
(...)
É claro que toda esta jornada de semanas de trabalho fará muito mais sentido se conseguir sentir o vosso feedback aí desse lado. Deixem os vossos comentários e acima de tudo, se gostarem, partilhem para que este trabalho possa ganhar asas. Fico desde já muito agradecido por isso!        
 
Abraço!
Pedro Dyonysyo"
 
 
ENTREVISTA:
PEDRO DYONYSYO
"Neste momento quero pintar as minhas paisagens sonoras” 
 

Pedro, conta-nos a história desta música agora lançada, em que voltas ao inglês
Estava a finalizar a mistura de uma canção em português do meu projeto “Lado A”, mas havia algo que não me estava a agradar, então decidi distanciar-me um pouco do tema e comecei a descontrair um pouco a gravar ideias novas. Surgiu-me logo um dedilhado e melodia que me agradaram de imediato. Pensei logo que seria uma boa canção para o meu “Lado B”-

Falemos disso então…”Dyonysyo B-Side” é onde dizes enquadrar este trabalho. O lado B é um outro lado do Dyonysyo a que não estamos habituados quando comparado com o lado A?
É um lado onde pretendo explorar sonoridades diferentes do Lado A, por vezes serão mesmo acentuadamente diferentes e outras nem tanto, mas com a particularidade de cantar em inglês e usar um registo de voz um pouco diferente.

Esta nova canção “Above the Rain”, foi a primeira que gravaste integralmente no teu novo estúdio, o “Studyo 78”?
Sim, é de facto a primeira a ser gravada integralmente no meu novo estúdio.

E o “Studyo 78” é o realizar de um grande sonho teu, certo?
É. Sem dúvida. É daquelas coisas que sonhava mas não sabia se conseguia lá chegar. O nascimento de mais um filho obrigou-me a mudar de casa e foi nessa altura que decidimos procurar um casa que tivesse um espaço para o estúdio. Estar perto da família era uma condição fundamental para o estúdio pois passo lá muitas horas e assim estamos juntos na mesma.

O realizar de um sonho, numa fase da tua vida que também é diferente certo?
Completamente. Os "quarentas" e a vida de família trouxeram-me outra paz de espírito para compor e criar. O facto de ter interrompido as atuações em bares a solo e ter-me concentrado nos originais com banda também me retiraram do circuito da noite, o que foi positivo para alcançar esta maior tranquilidade.

Consegues explicar como essa fase entra na música? Sentes as coisas e a própria música de forma também diferente?
Sim, há 2 / 3 anos para cá que sinto estar mais criativo e acima de tudo, o facto de ouvir mais música (todos os dias vou treinar e durante uma hora ouço um álbum/artista diferente) dá-me mais bagagem para novas composições. E penso que consigo estar mais ligado ao coração em tudo o que faço neste momento. Sinto as emoções de outra forma.

Esta nova música “Above the Rain” é uma canção onde fizeste tudo sozinho. Tocaste todos os instrumentos, fizeste o vídeo…e…a pergunta é…como é possível conseguires fazer isto tudo? Conta-nos o processo de criação desta música....
Bom, de facto gravei mesmo todos os instrumentos, excecionalmente, e derivado ao confinamento. Se os meus colegas gravassem em casa ficaria limitado nas opções criativas para o vídeo, e assim preferi este formato que já andava há algum tempo para experimentar fazer. Fez sentido ser agora. O vídeo é uma área que adoro e tento sempre ir fazendo diferente dos trabalhos anteriores e colocando novos desafios. Este foi mais um.

Quando olhas para trás, para o “Cópia Legal” que comentários farias ao que desde lá até cá tens feito na música?
Sinto que não devia ter parado com os originais. Mas a minha estabilidade emocional era diferente na altura e tinha demasiadas distrações na minha vida. Estive muito tempo sem ouvir o álbum e quando o voltei a ouvir, fiquei com a sensação que tirando a qualidade de gravação (feita em casa com poucas condições), tinha lá boas canções que com outra produção teriam mais hipóteses de “furar no mercado”. Uma delas como sabes, o “Caímos em Vão” foi regravada recentemente com um vídeoclip que me enche as medidas (grato ao Miguel Dinis & comp. da Dialreset pela colaboração sempre fantástica).

Tens sido um dos músicos que mais tem tocado pelos bares, não só da região mas também de outras zonas do país, e tens ainda o “teu serviço” de eventos. Teres deixado de tocar em bares tem a ver com esta nova fase da tua vida? Como é fazer a gestão do tempo, com a tua vida familiar, música, e o professor Pedro? A energia ainda vai chegando?
Pois é isso mesmo... Decidi mesmo interromper com os bares por uma questão de gestão de tempo / carreira / família e dedicar-me ao que mais gosto de fazer, isto é, compor, criar. Dou prioridade neste momento a concertos de originais com banda e mantenho o projeto Viola & Violino para eventos privados e assim ganhar umas coroas extra (foi assim que consegui o estúdio).

Desde Março do ano passado, que estamos nesta situação de pandemia. Como tens vivido esta fase da tua vida profissional?, ou seja, como professor?
Olha, financeiramente é bastante limitativo, embora tenha a felicidade de manter a minha profissão base como professor. O estar em casa para mim, ainda por cima com o estúdio agora, nem é algo que me incomode muito. Depois de tantos anos numa roda viva de tocar aqui e acolá com os fins de semana todos ocupados, etc, isto veio dar-me uma paz de espírito que até estava a precisar. Agora claro, tenho saudades dos convívios, de ir beber um copo com os amigos, ouvir uma música ao vivo...mas mais importante, tenho a consciência que existe muita gente a sofrer violentamente com esta pandemia e por isso o meu desejo é que isto passe o mais rápido possível.

E na música, tens saudades de tocar ao vivo?
Não tenho muitas saudades de tocar ao vivo sinceramente. Acho que esta pausa veio no momento certo para mim. Eu sinto é muita vontade de escrever, compor e estar no meu cantinho. Recuperar energias, canções novas, para aparecer novamente ao vivo com outra atitude e vontade. O “Above The Rain” foi daqueles temas que nasceu todo em poucos minutos, até a letra fluiu muito rapidamente e naturalmente.

Este “Above the Rain” é filho da pandemia?
Sim, é um filho da pandemia até pela particularidade de ter gravado tudo sozinho, fruto do confinamento que vivemos.

O teu single anterior “O Ladrão” (do teu Lado A), suscitou grande interesse e foi também um single especial para ti não foi? O teu filho foi o protagonista do vídeo. E muito bem...
Sim, foi muito especial Como costumo dizer aos amigos, neste momento quero “pintar as minhas paisagens sonoras” e colecionar uma galeria com várias tonalidades. Esse “quadro” do Ladrão, pela canção e pela presença do meu filho no vídeoclip fica uma recordação das mais bonitas que já fiz. É nisto que me foco muito agora. Fazer coisas mas com significado, que sejam marcantes para mim. Se o forem para outras pessoas também, fico muito feliz por isso.

Esta tua faceta de realizador, editor, e tudo o que envolve fazer os vídeos, é também uma paixão que tens vindo a descobrir e a fazer cada vez mais não é?
Sim, começou em 2008 com o Cópia Legal. O primeiro vídeo clip que fiz foi o do tema Máquina como uma Handycam amadora. Mas desde logo senti um bichinho a puxar-me para querer saber mais e fazer melhor. Ao longo dos anos fui estudando na internet e fui praticando muito com os meus clips mas acima de tudo em trabalhos que fazia para as escolas onde passava. Para aprenderes tens que passar muitas vezes pelo processo de tentativa e erro. Foi o que eu fiz, e nesse processo continuo. Tenho sempre vontade de querer saber mais e fazer melhor.

O “Studyo 78” é “só teu”, ou vai estar de portas abertas a outros músicos que precisem gravar música e que contigo queiram trabalhar?
Para já numa primeira fase será mais para mim. Porém dependendo do tipo de projeto musical, poderei abrir as portas se me achar apto para desenvolver um bom trabalho.

“O Ladrão”, agora este “Above The Rain”…Lado A e lado B…para onde estás mais inclinado? O que tens pensado? Alguma coisa, ou simplesmente vais deixar acontecer?
Vou deixar acontecer. Quero ir intercalando os “quadros” na minha galeria, o lado A mais colorido e o lado B mais cinzento e escuro. No futuro tentarei mesmo fazer um site e apresentar um concerto com base neste contraste e jogar com isso cenicamente.

Pedro Dyonysyo à conversa com Paulo Delgado