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ENTREVISTA: Francisca Gomes "O Fado é aquilo que mais quero fazer"

1/02/2017 às 00:00
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A fadista abrantina Francisca Gomes, venceu recentemente o festival FestFado, que aconteceu em Ponte de Sôr. Como prémio, teve a gravação de um cd com assinatura do grande mestre da Guitarra Portuguesa Custódio Castelo. Esta sexta-feira, 3 de fevereiro, apresenta-se ao vivo no Cine-Teatro São Pedro em Abrantes, a convite da Câmara Municipal no âmbito da iniciativa "Residente(s)". Quisemos conhecê-la um pouco melhor.

Quem é a Francisca Gomes?
A Francisca, pode dizer-se que, é uma jovem de 17 anos, nascida em Abrantes, embora seja uma rapariga um pouco introvertida, preservo a minha simpatia para com os outros, bem como a sinceridade e verdade que deposito em tudo o que faço. Quem me conhece sabe que sou bastante amiga do meu amigo e faço aquilo que posso pelas pessoas de quem eu gosto. Posso ainda considerar-me uma pessoa simples, principio que me foi passado pela família.

Como nasceu a paixão pelo Fado?
Muito sinceramente foi algo bastante inesperado, atrevendo-me até dizer que até inexplicável, isto porque foi como um simples clique. Este clique que lhe falo, refere-se a uma conversa que me encontrava a ter com a minha mãe relativamente a um evento de fado, na qual me saiu instantaneamente a resposta positiva á mesma.

Lembraste da primeira vez que sentiste o fado entrar pela tua vida?
Tal como em tudo na vida existem momentos que nos marcam e não poderia esquecer o momento em que senti o Fado a entrar. Digo-lhe então que este momento surgiu durante um evento que decorreu aqui nesta bela cidade, numa noite de Fado Amador. Encontrava-me em palco, bastante nervosa, até que, através da experiencia e confiança que me foi transmitida, pelo olhar do guitarrista que se encontrava a tocar comigo, senti que era realmente aquilo que eu queria fazer.

O fado foi logo o que quiseste fazer? ou também cantavas outras coisas?
Tal como referi  descobri o meu verdadeiro interesse por este estilo musical, durante o referido evento. Anteriormente, já cantava, mas não fado. Cheguei a cantar desde musica portuguesa incluindo o Centenário da cidade nas VOZES DE ABRANTES e em espetáculos da escola e em bares.

Até chegares á gravação do cd, há um percurso interessante no teu meio fadista. Queres contar por onde tens andado?
O meu percurso de fados e fadistagens iniciou-se numa noite de fados amadores aqui em Abrantes durante o verão de 2015. Seguiu-se pouco depois por uma arruada que ocorreu aqui perto, mais concretamente no Rossio Sul do Tejo. Entretanto foram surgindo pequenas oportunidades para ir cantar a casas de Fado como em Tomar, Santarém, Lisboa entre outros lugares. Dando lugar mais recentemente ao festival de Fado (Festfado) realizado em ponte de sor, onde tive a felicidade de vencer e que me permitiu adquirir novas experiencias.

O Festfado… que, como referiste,  ganhaste e que de certa forma, mudou a tua vida enquanto artista. O que é que mudou?
Posso dizer que a experiencia relativa á participação no Festfado foi bastante enriquecedora a nível pessoal e a nível profissional. A nível pessoal porque me permitiu conhecer outros artistas e formar grandes amizades. A nível profissional porque me ajudou a crescer bastante enquanto artista, possibilitou-me um maior desenvolvimento relativo a capacidades de presença em palco ou interação com o público, o que estou extremamente grata por isso.

Estás acompanhada neste trabalho por músicos de excelência e tens a produção do mestre custódio Castelo… queres falar um pouco sobre como surgiu esta parceria?
Sim é verdade, encontro-me com um rol de músicos de excelência, aos quais deixo desde já o meu agradecimento pela simpatia e profissionalismo. Relativamente ao grande Mestre Custódio Castelo, com o qual tive o prazer de trabalhar, posso dizer que é uma grande pessoa e um SENHOR com enorme coração e uma alma bastante generosa. Tive o prazer de o conhecer na noite da grande final do FESTFADO onde presidia como júri do mesmo e qual me ajudou  na gravação do CD.

Dia 3 de Fevereiro é o Grande dia de apresentação do teu primeiro cd em Abrantes. Como te sentes?  
Tenho que confessar que sinto aquele nervoso miudinho, mas penso que é algo normal quando se expressa aos outros uma paixão que nos temos dentro de nós. Apesar disso, sei que com a força e o apoio de Deus e das estrelinhas que tenho la em cima tudo correrá da melhor maneira possível. Não posso deixar de referir ainda, que o apoio e o carinho de todos, tem sido fundamental na medida em que me dá força e me faz continuar este percurso.

Como é que vais ser este espetáculo?  Podes levantar um pouco o veu?
Bem, sabe como se diz “o segredo é a alma do negócio”, no entanto, posso dizer-lhe que será uma noite bastante calorosa, onde tentarei passar a todos os que se encontram presentes,  um misto de emoções de modo a que recordem aquela noite da melhor maneira possível.

E depois o que se segue, quais os teus objectivos?
Todos nos temos o objetivo de adquirir uma progressão contínua na carreira e eu não sou diferente. No entanto tento viver um dia de cada vez e aproveitar ao máximo todas as experiencias que me são proporcionadas, de modo a desfrutar e tirar o maior prazer daquilo que faço. Sempre com vista num futuro enquanto profissional do mundo do fado, sendo este património imaterial da humanidade, o que o torna ainda mais especial.

Há uma uma Francisca antes do CD e outra depois, enquanto artista?
Posso considerar que exista uma Francisca mais segura de si mesma, no entanto continuo a mesma pessoa que lhe descrevi no inicio desta conversa, preservando sempre os meus valores e seguindo-me pelos mesmos.

Queres deixar uma mensagem a quem gosta de te ouvir?
Sim, gostaria de pedir a todos quanto me estão a ouvir que façam comigo caminhada dia 3 de Fevereiro às 21h30m do Cine Teatro S. Pedro em Abrantes. Assim me darão um pouco de alegria tal como eu lhes darei um pouco do meu saber. Um bem haja a todos.

Paulo Delgado

 

Créditos fotográficos: Maria Clara