Pesquisar notícia
sexta,
26 abr 2024
PUB
Educação

Abrantes: Liceu acolhe noite memorável com Audição do Curso Básico de Música

12/12/2018 às 00:00
Partilhar nas redes sociais:
Facebook Twitter

A música entoou ontem à noite na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes. Num momento singelo, bonito e memorável, cerca de 146 alunos de vários níveis de ensino abrilhantaram o público presente com a Audição do Curso Básico de Música.

Na cerimónia, que contou com vários coros, orquestras de guitarras, momentos ao piano e a orquestra sinfónica do Liceu que encerrou a noite, marcou presença João Costa, Secretário de Estado da Educação, que afirmou que “Abrantes respira educação”.

A sala encheu. Vários familiares se deslocaram à escola para assistir a um momento de qualidade musical, dirigido pelo diretor de curso, José Horta e por vários docentes do Curso Básico de Música.

Músicas como “What a Wonderful World”, When you Belive” ou “Above the Plain” entre muitas outras, com estilo mais ou menos clássico, fizeram as delícias dos presentes e foram cantadas e tocadas com mestria por parte dos vários alunos do 5º ao 9º ano.

No final da audição, e depois vários aplausos, o Secretário de Estado agradeceu a cerimónia e disse que é por momentos assim que vale a pena estar no Ministério da Educação.

Depois referiu-se a Abrantes, dando conta que o concelho “não tem medo de agarrar desafios na educação”. E deixou um exemplo: “Ainda a semana passada, tivemos um grande encontro em Lisboa sobre o futuro dos Fundos Comunitários, aquele dinheiro que vem da Comissão Europeia.  O meu colega do Governo, o Sec. de Estado do Desenvolvimento e Coesão, telefonou-me e disse se não arranjava um projeto para mostrar à Europa que nós usamos bem o dinheiro. E eu respondi, claro que arranjo: o Médio Tejo”, em concreto Abrantes, vincou o governante.

Dirigindo-se à comunidade escolar, João Costa disse que a Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes tem “professores que não têm medo de ousar numa oferta que muitas outras escolas não têm. Com um diretor de curso que não tem medo de experimentar e de pôr os alunos a fazer coisas que alguns acreditam que não são capazes. Uma Câmara que não fica à espera de perceber o que é da sua competência e avança no interesse dos alunos. E pais e mães que não têm medo de deixar os seus filhos experimentar novas formas de aprender”.

“Às vezes nós temos a ideia que há coisas que são a sério e há coisas que são a brincar. Há coisas que valem a pena, que são centrais, outras que são periféricas e que não interessam tanto. Ora aquilo que nós testemunhamos hoje aqui, foi um conjunto de muitos alunos com uma coordenação exemplar entre eles, uma atenção aos sons e aos silêncios e uma atenção ao maestro. Vimos um conjunto de alunos que para chegar aqui têm feito um trabalho muito intenso. Eles treinam, trabalham e repetem e isto é fundamental”, fez notar o Secretário de Estado.

João Costa, Secretário de Estado da Educação, afirmou que “Abrantes respira educação”.

“A música bonita só saí quando tocamos juntos e quando estamos preocupados uns com os outros, a respeitar o ritmo de cada um, mas sempre a avançar em conjunto”, salientou João Costa, terminando com a ideia que “a arte não precisa de se justificar. Nós só somos completos, se tivermos intervenção artística na nossa vida”.

Presente no momento esteve também Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal, que exaltou “as áreas criativas” como “um fator distintivo numa comunidade, que se quer preparada para os desafios que aí vêm”.

“O talento é um dos “T” que nós apelidamos de essenciais para uma sociedade que se quer desenvolvida. O outro é a tolerância. E aquilo que os educadores de infância, os professores, os pais e toda a comunidade educativa hoje aqui nos mostrou é que nós somos uma comunidade tolerante, que respeita os talentos e, portanto, só pode ter futuro muito promissor”, salientou a presidente.

Na ocasião, a autarca abrantina referiu-se aos problemas e constrangimentos que a escola tem, vincando que a Câmara se sente “parte do problema”, mas também “parte da solução”.

“Como todos sabem, nós [câmara] não temos competências neste nível de ensino. A nossa competência é até á data, exclusivamente, o que diz respeito ao pré-escolar e ao primeiro ciclo. Mas é com grande expetativa que nós vamos abraçar para o próximo ano letivo a descentralização de competências. Aí teremos a competência própria para ser parte da solução, para ajudar a criar soluções novas para os nossos problemas”, explicou Maria do Céu Albuquerque.

Por último, a presidente congratulou-se com a “flexibilização curricular” existente na Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, dando conta que “todos nós temos de ter consciência que nenhuma destas crianças que está aqui, pese embora, possa ter dons semelhantes ou alguns talentos semelhantes, todas são diferentes, e na nossa tolerância temos que respeitar essa diferença”.

“O futuro é vosso. E nós cá estamos, para criar as melhores condições para que o vosso crescimento possa ser pleno”, finalizou.

Referindo-se à aposta no ensino artístico, Alcino Hermínio, diretor do Agrupamento nº2 de Abrantes, disse que foi com muito gosto que se iniciou “a aventura”, que foi iniciada com “muitas dificuldades”, mas também “com muita força de vontade e com muito apoio”.

O diretor referiu que o desafio, neste momento, é pensar como é que se vai dar continuidade ao ensino artístico no secundário, salientando que Abrantes, e em concreto a Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes, pode ter todas as condições para levar esse objetivo por diante.

Alcino Hermínio disse que o desafio é pensar como é que se vai dar continuidade ao ensino artístico no secundário

À margem da cerimónia, Alcino Hermínio avançou à Antena Livre que antiga residência de estudantes, local já referenciado pelo diretor como um espaço que pode acolher e potenciar o desenvolvimento do ensino artístico da escola, vai entrar em remodelação brevemente, tendo a Parque Escolar já anunciado a substituição da cobertura do edifício.

O responsável garantiu que para o funcionamento daquele equipamento não será necessária a sua recuperação integral, mas sim a sua remodelação parcial, de modo a devolvê-lo à comunidade escolar.

Orquestra Sinfónica do Liceu

Público presente

*Reportagem radiofónica para ouvir esta quinta-feira no alargado do 12h00