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Grupo de Teatro Palha de Abrantes tem nova sede

9/06/2019 às 00:00
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É um edifício centenário que fechou portas para a sua atividade já lá vão meia dúzia de anos. A antiga escola primária de Alferrarede, ali ao lado do Intermarché, acolhe, desde sábado, o Grupo de Teatro Palha de Abrantes (GTPA). A nova casa do grupo resulta da necessidade da autarquia em libertar o Edifício Carneiro que vai acolher, no futuro, o Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida.

Mesmo assim, e apesar das pequenas melhorias que foram feitas nalgumas salas, este poderá não ser o espaço definitivo. Pelo menos depois de se ouvir o discurso do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, quando este afirmou que, em breve, “teremos dois edifícios que vão ficar devolutos: As escolas dos Quinchosos a número dois de Abrantes, junto ao Hotel de Turismo”. Valamatos explicou, desta forma, que quando o Centro Escolar de Abrantes Centro ficar concluído as duas atuais escolas do primeiro ciclo poderão acolher outras atividades. Segundo o autarca haverá a necessidade de obras de “cosmética” ou pequenos ajustes para que as atuais salas de aula possam acolher instituições que necessitam de sede, ou de espaço para trabalhar.

Quanto à inauguração que aconteceu no sábado, dia 8 de junho, à tarde foi um momento simples, mas de grande significado para quem anda no grupo de teatro. Helena Bandos deixou uma mão cheia de agradecimentos a quem ajudou nas melhorias e adaptações necessárias para o grupo e deixou claro a ideia de produção de “serões destinados às populações de Alferrarede e Chainça”. A presidente destacou que quer ter, pelo menos, uma atividade cultural no início do mês e outra no final. E, quem sabe, abrir uma secção de dança para os mais novos, com atividade a meio do mês. Tudo pode acontecer com a nova “casa do teatro” mais funcional.

Depois de cortarem uma pequena fita, colocada na escada de acesso ao primeiro piso, os convidados subiram a uma sala escura. Toda pintada de preto, janelas tapadas com panos pretos. Pontuava a sala uma mesa com um pano azul, duas cadeiras e do outro lado as cadeiras para a plateia do público. A meio da sala um truss com meia dúzia de focos para iluminação cénica. Dois discursos, da presidente do GTPA, Helena Bandos, e do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.

Seguiu-se um momento cultural com vários membros do GTPA, espalhados, pela sala a dizer poesia. Momento singular de poesia escrita totalmente no feminino e de vários países da lusofonia, acompanhados à viola.

Passada a cerimónia e o momento cultural, já no piso térreo, um brinde e, na rua, uma “foto de família”. O Grupo de Teatro tem, para já, casa nova e uma outra vida pela frente. Com teatro e outras atividades culturais, destinadas a todos quantos gostam de cultura.

O Grupo de Teatro Palha de Abrantes tem 20 anos de atividade e teve início com a orientação das professoras Maria Helena Bandos e Maria Rosa Garcia. Com uma atividade quase ininterrupta, o grupo levou à cena peças de dramaturgos tão variados como: Miguel Cervantes, Bernardo Santareno, Solano de Abreu, Maria Clara Machado, Federico Garcia Lorca, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Manuel Heleno, Tcheckhov, Sérgio Godinho, Norberto Ávila, Ana Jael, Roberto Vidal Bolaño, Hilse Fisher, Fausto Paravidino, entre muitos outros.

Maria Helena Bandos é uma das encenadoras e faz questão de misturar peças. Se tem em cena uma peça mais “pesada”, será certo que a seguir vem uma comédia ou um trabalho mais ligeiro e divertido. Não que isso implique menos trabalho dos atores.

“A Partilha” é uma das peças que o GTPA tem em cena. Trata-se da estória de quatro irmãs, descrita desta forma pelo próprio grupo: “Após muito tempo afastadas, quatro irmãs se reencontram durante o enterro da mãe, para fazer um levantamento dos bens da família e rediscutir suas próprias vidas. As divergências são inevitáveis, pois elas seguiram caminhos muito diferentes: Selma, a irmã mais conservadora, está casada com um militar e leva uma vida disciplinada na Tijuca; Regina, é liberada, esotérica, não costuma se reprimir e tem uma visão “alto astral” da vida; Maria Lúcia (Marilu) abandonou um casamento convencional e o filho para viver um grande amor em Paris; e Laura, a caçula, revela-se uma intelectual sisuda e surpreende as irmãs com suas opções. Durante o encontro, elas discutem e brigam, mas ao mesmo tempo relembram os bons tempos passados e descobrem muitas novidades sobre elas mesmas. Vivem intensamente as suas afinidades, seus problemas e suas diferenças”.