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Sardoal: Primeiro-ministro congratula prevenção de incêndios rurais, mas relembra que “os bons resultados não devem esquecer que a ameaça existe”

24/03/2019 às 00:00
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O Primeiro-ministro, António Costa, visitou no sábado, dia 23 de março, o concelho do Sardoal no âmbito de uma ação de sensibilização e prevenção de incêndios rurais.

O acontecimento, que decorreu numa região em que 90% do território corresponde a área florestal, teve ponto de encontro junto ao largo da Junta de Freguesia de Alcaravela, em Santa Clara, e contou também com a presença do ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, general Mourato Nunes, e do respetivo secretário de estado, do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e do secretário de estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel João de Freitas.

Durante a visita à Serra de Alcaravela, o autarca do Sardoal bem como responsáveis das entidades envolvidas, como a GNR, a Proteção Civil e o ICNF, deram a conhecer os esforços feitos a nível de prevenção de incêndios.

O presidente da Câmara do Sardoal, António Miguel Borges, discursou sobre o investimento da autarquia “na proteção das pessoas e bens”, destacando o trabalho realizado nos últimos anos, como o investimento em 2018 de 68 mil euros e o protocolo com o fundo florestal permanente para a criação de faixas de gestão de combustíveis.

Para António Miguel Borges é “preferível pagar do que apagar”. Uma expressão que ficou no ouvido de António Costa, que ressalvou a importância da prevenção: “Está na hora mesmo de fazermos algo. Não podemos esperar pelo verão, é neste momento necessário fazer as limpezas às voltas das casas, das florestas, avançarmos nesta construção das faixas de gestão de combustíveis de forma a termos um país mais seguro”.

O Primeiro-ministro disse também que a prevenção deve começar no inverno e que esta passa por encontrar novas soluções que tornem as comunidades e os territórios mais resistentes, como é o caso das “culturas alternativas que sejam formas de resistência natural ao fogo”, como por exemplo os figos da índia, o olival, o medronheiro, e que funcionam como “corta-fogo e permitem também aos proprietários terem algum retorno financeiro das suas propriedades”.

António Costa destacou que a sensibilização da comunidade é um passo à frente no combate aos incêndios, palavras que foram apoiadas por António Miguel Borges, que referiu a colaboração do Estado, do município e dos proprietários para evitar uma tragédia como a de 2017, que consumiu cerca de 1400 hectares nesta zona.

O Primeiro-ministro alertou ainda para os efeitos das alterações climáticas, que fazem com que “todos os anos nós tenhamos um risco maior perante um território” com densa área florestal, advertindo que a limpeza dos terrenos é um custo que se traduz na proteção das comunidades e dos seus bens.

Apesar de admitir que “é preciso termos conta das boas práticas para se ver que é possível”, António Costa deixou uma mensagem muito importante: “Os bons resultados não devem esquecer que a ameaça existe”.

Em declarações aos jornalistas, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, acrescentou que “o problema é de todos nós, não é do outro”. Já o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, reforçou uma vez mais “o reforço enorme” que o Estado vai fazer este ano na prevenção, valor que ultrapassa os 100 milhões de euros e que pretende criar cerca de 3000 quilómetros de faixas de interrupção de combustível.

No local, as figuras presentes puderam entender como funciona uma viatura de comunicações dos bombeiros, ter acesso a quadros e mapas explicativos do investimento feito pela autarquia e também presenciar o trabalho de limpeza florestal feito pelos sapadores do Sardoal e do Médio Tejo.

Depois da visita ao terreno, seguiu-se uma sessão de cumprimentos a António Costa no Centro Cultural Gil Vicente, seguida de um almoço volante.

Ana Rita Cristóvão