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Mação: Falta de capacidade no ATL leva Câmara a considerar outras soluções

25/08/2020 às 00:00
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Na reunião do Executivo da Câmara de Mação de dia 21 de agosto, o vereador socialista, Nuno Barreta, questionou o presidente sobre a falta de capacidade da Santa Casa da Misericórdia de Mação para acolher todas as crianças que pretendiam a inscrição nas Atividades de Tempos Livres (ATL).

“É um assunto já recorrente que, diretamente não nos diz respeito mas que acaba por dizer respeito quando existem competências na área da educação como este Município tem. Nomeadamente, é com muita tristeza que vejo que por mais um ano, a Santa Casa fica sem conseguir dar resposta a todos os candidatos à inscrição no ATL para o próximo ano letivo. É uma situação que se vem a repetir com alguma tristeza porque se queremos fixar casais, se queremos fixar jovens, porque temos uma população envelhecida, e que gostamos que os jovens tenham filhos para haver o perpetuar da espécie humana... depois o nosso concelho não tem instituições para dar as respostas adequadas e necessárias para que os casais possam trabalhar e deixar os seus filhos após os horários escolares”, denunciou Nuno Barreta.

Questionado pelo presidente se tinha conhecimento de quantas crianças não tinham tido lugar, o vereador do PS afirmou que “pelo que percebi, são à volta de nove ou dez”.

O presidente da Câmara, Vasco Estrela, confirmou que, no concelho, apenas a Santa Casa da Misericórdia de Mação tem a valência de ATL e afirmou que “há anos em que isto tem acontecido de uma forma mais notória, outros menos, tem havido aqui alguma oscilação a este nível”.

O autarca assumiu prever “que para os próximos anos esta dificuldade ainda seja mais gritante e porque temos algumas boas esperanças de que algumas coisas possam correr bem, talvez possa haver a necessidade de reforçar a capacidade do ATL”. Vasco Estrela assegurou que iria “voltar a falar com o Provedor para tentar perceber se há alguma possibilidade de alargamento nas atuais instalações e saber qual o ponto de situação. O presidente lembrou que “evidentemente, tenho um conhecimento muito próximo da realidade porque fui Provedor até há muito pouco tempo mas não sei se, entretanto, não houve já alguma conversa”. O autarca pretende ainda “perceber se esta Direção tem ou não interesse em fazer algum tipo de obras que possam ajudar a resolver este problema que não me parece fácil”, admitiu.

Não sendo uma competência da Câmara Municipal, Vasco Estrela assumiu que “o que a Câmara pensou, vai no sentido de poder ajudar a resolver esta situação, tentando criar com o Agrupamento de Escolas algum tipo de resposta que possa ajudar a mitigar este problema”. No entanto, lembrou o presidente, “isto tem algumas questões de legalidade por um lado, de concorrência por outro, e temos que ver qual é a solução mais indicada”. Contudo, o autarca também afirmou que esta poderá ser uma oportunidade para a iniciativa privada “poder colmatar esta dificuldade”. “Quiçá, poderá surgir aqui uma oportunidade de negócio para que alguém possa fazer o acompanhamento destas crianças, que percebo que é uma situação complicada”.

“O que não se pode”, afirmou Vasco Estrela, “é colocar sempre a questão nos termos do «querem que os pais tenham crianças e não dão condições». É quase empurrar responsabilidade destas situações para a Câmara. Evidentemente que temos responsabilidade, somos a entidade que mais poder poderá ter para ajudar a resolver o problema e não nos colocamos de fora dentro daquilo que são as nossas balizas de atuação”.

Uma dificuldade que acaba por ser “uma boa notícia” pois significa um aumento da natalidade num concelho envelhecido, daí Vasco Estrela ter afirmado haver “esperança que algumas coisas possam correr bem”, referindo-se à vinda de algumas fábricas de cannabis que irão instalar-se no concelho e “é normal que venham algumas pessoas de fora”. Na calha, segundo o presidente da Câmara de Mação, há “mais um ou outro investimento que vai surgir, com mais postos de trabalho, e tudo isto são sinais de que as coisas podem mexer um pouco nesse sentido e haja mesmo uma necessidade de uma intervenção um bocadinho mais musculada para resolver este assunto”.