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Jardim-Horto de Constância renovado com 52 frutos e flores cantados por Camões

18/12/2018 às 00:00
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A requalificação do Jardim-Horto Camões, em Constância, com os 52 frutos e flores cantados por Camões na obra “Os Lusíadas”, está concluída, com a colocação das respetivas placas identificativas, anunciou a Associação Casa Memória de Camões.

"Cumprindo uma vontade da nossa fundadora Manuela de Azevedo, concluiu-se agora a renovação do Jardim-Horto de Camões no que respeita às plantas, com recurso a uma empresa da especialidade que procedeu a replantações, repondo espécies que faltavam, mudando outras de canteiro por não estarem no lugar adequado, ajustando outras em função da luz solar e da humidade", disse hoje à Lusa o presidente da Associação Casa Memória de Camões, António Matias Coelho.

O Jardim-Horto de Camões, implantado há cerca de 30 anos em Constância, no distrito de Santarém, "nunca tinha beneficiado de qualquer intervenção de fundo", notou Matias Coelho, referindo que, naquele espaço que acolhe cerca de três mil visitantes por ano, foram substituídas as placas identificadoras das espécies vegetais por outras novas e “esteticamente mais interessantes", projetadas pelo associado e arquiteto Álvaro Lacerda-Machado, que “contêm informação mais detalhada e mais rigorosa".

No ano passado, substituiu-se a parte mais degradada do piso por calçada à portuguesa e colocou-se um grande tabuleiro de xadrez, também em calçada à portuguesa.

"Este conjunto de intervenções importou em cerca de 22.000 euros", disse o presidente da Associação Casa Memória, que cessa mandato este mês de dezembro, não se recandidatando ao cargo.

Desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles e inaugurado em 1990, o jardim-horto, que acompanha a estátua de Camões no centro histórico de Constância, reúne toda a flora referida na obra do poeta através de 52 espécies, sendo uma homenagem a Luís Vaz de Camões.

O espaço, na zona ribeirinha, inclui o Jardim de Macau, o Planetário de Ptolomeu, um auditório ao ar livre, um painel de azulejos que representa todas as partes do mundo que Camões pisou, de Lisboa a Macau, passando por África e pela Índia, e uma enorme esfera armilar de Portugal, que assinala os 500 anos dos Descobrimentos, eternizados pelo poeta em "Os Lusíadas".

"Respeitando, no essencial, o projeto inicial do arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, temos agora um Jardim-Horto de Camões renovado e merecedor da visita de todos os que pretendam apreciar o mais vivo e singular monumento erguido no mundo a um poeta", destacou Matias Coelho, que lamentou não ter conseguido apoios para cumprir todos os objetivos delineados para o mandato de três anos que termina no dia 22 de dezembro.

A criação de um centro de documentação e a abertura ao público da casa dedicada ao poeta são, dos objetivos não cumpridos, os que mais "amarguram" a direção da Associação Casa-Memória de Camões.

"O investimento necessário para se conseguir o objetivo de abrir a Casa-Memória como pretendemos é muitíssimo avultado - várias centenas de milhar de euros - e não está ao alcance dos escassos meios da associação, nem sequer de soluções que se procurasse alcançar a nível local, num concelho pequeno e interior como Constância é", disse Matias Coelho, acrescentando que "para abrir a Casa-Memória de Camões, que se reveste de óbvia importância nacional, terá de se encontrar uma solução a outra escala, ao nível do Estado português".

Lusa