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Abrantes: Comissão Administrativa da Segurança Social assume gestão do CRIA

28/11/2018 às 00:00
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O Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) vai ser gerido por uma Comissão Mista de Administração, tutelada pelo Instituto da Segurança Social, anunciou hoje à Antena Livre Nelson Carvalho, presidente da direção.

Em declarações à Antena Livre, o presidente afirmou que a pedido da direção do CRIA “o Instituto da Segurança Social vai trabalhar numa intervenção tutelar, ou seja, criando uma Comissão Mista de Administração que irá gerir os destinos do CRIA durante um tempo determinado, por exemplo, durante um ano ou um ano e meio”.

A referida Comissão “vai criar as condições para que haja estabilidade e para que nessa estabilidade se continuem a tomar as medidas necessárias para continuar a equilibrar a instituição do ponto de vista financeiro. Quando entender que a sua missão está concluída, obviamente, irá convocar eleições para novos Órgãos Sociais”, explicou Nelson Carvalho.

“Havendo uma intervenção tutelar, as eleições que estavam programadas [para o mês de dezembro] estão assim prejudicadas, porque não haverão dois órgãos de gestão. Já falámos com a Mesa da Assembleia Geral e comunicámos que este processo eleitoral vai ficar suspenso até que a respetiva Comissão Mista entenda que estão criadas as condições para convocar eleições”, referiu o responsável.

Uma Comissão Mista de Administração será composta por três pessoas: uma do Instituto da Segurança Social, outra será um associado da instituição e outra será designada pela Câmara Municipal de Abrantes.

Aníbal Melo, tesoureiro da direção e Nelson Carvalho, presidente 

O presidente da direção vê com bons olhos esta solução encontrada pelo Instituto da Segurança Social pois, para Nelson Carvalho “envolvendo a tutela na administração do CRIA, está garantindo o seu funcionamento efetivo, o cumprimento dos seus compromissos e a continuidade da sua missão junto dos associados, evitando a instabilidade, e salvaguardando a segurança dos trabalhadores e da própria instituição”.

“Quando a solução foi colocada em cima da mesa eu disse logo que apadrinhava esta solução, porque entendo que é uma solução adequada, necessária e correta para a continuidade do CRIA”, vincou.

Para o responsável é necessário “garantir um clima de estabilidade e continuar a fazer as reformas que a instituição precisa”. E, “com base nestes dois pressupostos entendeu-se, em concertação com o Instituto da Segurança Social, que era oportuno, adequado e pertinente para o CRIA, no sentido de salvaguardar a sua missão, ao mesmo tempo que repor a trajetória para que a situação económico-financeira possa vir a melhorar e a ter uma linha de sustentabilidade, recorrer a uma intervenção da tutela”.

No que diz respeito às candidaturas que o CRIA submeteu relativas ao Centro de Atividades Ocupacionais (CAO), que vão possibilitar o encaixe financeiro de 120 mil euros por ano, Nelson Carvalho disse à Antena Livre que as candidaturas estão com o Instituto da Segurança Social “que deve tê-las em “stand-by” para depois decidir o que entende ser necessário fazer”.

Quando questionado sobre o ponto de situação do pagamento aos trabalhadores do CRIA, o presidente avançou que “este mês, a direção pagará o vencimento. Já pagou o que estava em falta relativamente aos vencimentos de outubro. Provavelmente, pagará a totalidade do subsídio de férias. Ainda estamos a fazer contas, mas pagaremos uma parte substancial do subsídio de ferias que não foi pago e recuperar o pagamento aos nossos fornecedores".

Esta terça-feira, dia 27 de novembro, o assunto foi tema na reunião do executivo camarário Abrantes, onde Maria do Céu Albuquerque, presidente do Município, anunciou que a Câmara seria um parceiro desta Comissão Mista de Administração.

“Através da Rede Social, vamos acompanhar este processo, como faríamos com qualquer outra instituição do nosso concelho, com um trabalho meritório, como é o caso desta instituição, salvaguardando, em primeiro lugar, o interesse dos utentes daquela instituição e das suas famílias”, disse a autarca abrantina.

“Dizer que nesta altura o que está em cima de mesa é a criação de uma Comissão Administrativa onde a Câmara estará presente, e com isto, podermos com a Segurança e com o CRIA criar as melhores condições para ultrapassar as questões de grande debilidade que a instituição neste momento atravessa”, explicou a presidente.

Reunião de Câmara desta terça-feira

No decorrer da reunião de Câmara, Armindo Silveira, vereador do BE, referiu que no seu entender a presidente não deveria de ter tornado público a entrada de uma Comissão Administrativa no CRIA, pois considerou que isso poderia prejudicar, nesta fase, o processo de recuperação da instituição.

Em resposta, Maria do Céu Albuquerque disse que não é “vergonha nenhuma” a forma como o processo está a ser encaminhando e que “isto é uma forma de se ultrapassar, em conjunto, as debilidades que esta direção foi confrontada quando tomou posse”.

“Neste momento, aquilo que o CRIA precisa é de uma injeção de capital para fazer face aos encargos que não consegue ultrapassar, de acordo com as receitas que tem. E daí existirem vários mecanismos previstos, nomeadamente, o acesso a um Fundo de Socorro e outros tipos de candidaturas”, rematou a autarca.

JMC

*Reportagem radiofónica para ouvir esta quinta-feira, no alargado do 12h00, com reposição às 18h00.