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Abrantes: Central do Pego, acesso à Escola Dr. Manuel Fernandes e hospital de Abrantes debatidos em reunião do executivo

2/10/2019 às 00:00
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DR: Antena Livre

Aconteceu nesta terça-feira, dia 1 de outubro, a reunião quinzenal do executivo da Câmara Municipal de Abrantes, na qual foi aprovado o projeto de revisão do regulamento do Canil/Gatil Intermunicipal de Abrantes. 

O presidente da autarquia, Manuel Jorge Valamatos, deu conta de que Abrantes, Constância e Sardoal estão, em conjunto, a "rever toda uma nova filosofia do canil/gatil, em articulação com as associações amigas dos animais" sendo que o regulamento resultante da necessidade de reorganização funcional vai "ficar a discussão pública durante 30 dias".

Mas em cima da mesa dominaram os temas que têm marcado a atualidade no concelho: a possibilidade da reconversão da Central Termoelétrica do Pego, os acessos e o congestionamento de trânsito junto à Escola Dr. Manuel Fernandes, a situação das urgências do hospital de Abrantes e ainda o tema do mobiliário urbano.

No que diz respeito à Central Termoelétrica do Pego, depois do anúncio da CIM do Médio Tejo a demonstrar apoio à conversão da central para Resíduos Florestais, o vereador Armindo Silveira (BE) abordou o tema na reunião, dizendo que "foi com surpresa" que teve conhecimento da notícia. O vereador disse que "neste momento o BE não tem uma posição formada sobre o assunto porque existem estudos a fazer e a ser consultados para que possamos tomar uma decisão mais assertiva, tendo em conta tudo aquilo que é o impacto desta transformação".

Já o vereador Rui Santos (PSD) mostrou-se "satisfeito com o comunicado da CIMT" mas realça que "a preocupação que eu tenho levantado aqui tem a ver com as pessoas também. Não podemos falar só ambiente sem falarmos em pessoas. Senão qualquer dia só temos ambiente e não temos pessoas”.

Em resposta aos vereadores, Manuel Jorge Valamatos disse que não consegue compreender "como é que alguém pode ficar surpreso com o quer que seja porque as organizações têm os seus momentos e a CIMT tomou a sua posição no momento em que tinha para tomar".

"Só para terem uma noção, no ano 2018, entre 275 pessoas que trabalham permanentemente e algumas 800 que trabalham de forma sazonal, a Central Termoelétrica do Pego pagou diretamente aos trabalhadores que ali exerceram funções 10 milhões de euros”, conta o autarca que esclarece que todos os municípios da CIMT estão atentos a uma situação em que estão em causa postos de trabalho. 

“Este conselho de administração e os seus investidores estão muito empenhados em procurar uma solução. E o que eles apresentam é uma boa solução. Com um problema podemos encontrar aqui respostas para aquilo que é a atividade económica da região, para aquilo que é a produção de energia e poder encontrar na floresta a solução, sendo que vão tirar aquilo que arde todos os anos de forma descontrolada e brutal e isso poder ser queimado no sítio certo... Reparem como é que um problema pode gerar, do ponto de vista global, uma boa solução e encontrar aqui soluções para outros problemas”, admite Manuel Jorge Valamatos.

“Isto não é uma questão político-partidária. É uma questão de bom senso”, diz o autarca, relembrando que "nós somos parceiros e procuraremos ajudar mas não recai sobre nós a decisão. Neste momento, os acionistas da Central Termoelétrica estão ainda a pôr em causa se avançam se não avançam”, concluiu.

Outro dos temas na ordem do dia no concelho de Abrantes tem que ver com o acesso à Escola Dr. Manuel Fernandes.

A este respeito, o vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, relata que "tem de se tomar uma medida.  Se no PUA – Plano Urbanístico de Abrantes não está como objetivo principal aquela circular, se o senhor presidente diz que é um investimento de milhões e que temos de nos socorrer dos fundos da UE e visto que, pela informação que tenho, não estão disponíveis para vias de comunicação, então quer dizer que se abre aqui um espaço temporal em que é quase impossível arranjar financiamento para esta obra".

Entre as possíveis soluções, Armindo Silveira aponta o "ordenamento do trânsito, construir uma via que possa não ser tão onerosa, mas achamos que o executivo deve ir para o terreno estudar a situação".

Já o vereador do PSD, Rui Santos, defende que "nesta altura, nem vale a pena estarmos a pensar em fazer remendos. Ou fazemos uma coisa em condições ou então não vale a pena investir dinheiro em remendos”.

O vereador diz também que está certo de que este assunto estará na agenda do município e expõe uma outra questão: "Aquela encosta em pedra, aquele talude em que constantemente as pedras vêm para a estrada e há alturas em que é praticamente impossível passar naquele lado do passeio. Bem sei que aquele terreno é privado mas temos de conseguir arranjar uma solução… é o acesso a uma escola. E vamos começar a entrar em época de chuva e ainda pior”. Rui Santos propôs também a colocação de uma grade de proteção "um pouco mais acima, antes da padaria, começando no cruzamento que vai para a Escola Solano de Abreu" no passeio que considera não ter "segurança nenhuma. Basta um toque entre dois alunos e um está sujeito a ir parar àquela ribanceira".

Em resposta aos vereadores, Manuel Jorge Valamatos disse que "esta questão do Liceu é uma situação que nos preocupa, que tem vindo ao longo dos anos a agudizar-se" mas que "há aqui questões conceptuais: os transportes públicos são cada vez menos utilizados ao serviço do carro individual e isso obviamente que prejudica". 

Afirmando que a Câmara vai olhar para as situações apresentadas "com atenção", Valamatos refere que "os constrangimentos naquele lugar dão-se às 8h e às 17h" e que no resto das horas e do ano daquele bairro não há constrangimentos a registar. "São questões circunstanciais", diz.

Relativamente às obras no hospital de Abrantes - no âmbito das quais a CUSMT realizou uma conferência de imprensa a dar conta da criação de uma abaixo-assinado - o vereador Rui Santos (PSD) questionou qual o motivo de atraso da realização das obras. "Todos nós sabemos que é uma obra que é necessária. Penso que o senhor [presidente da autarquia] enquanto responsável máximo do nosso concelho deverá fazer tudo junto das dos Ministérios das Finanças e da Saúde para que aquela obra se possa iniciar o mais rápido possível porque é urgente".

Manuel Jorge Valamatos deu conta de que tem "diligenciado juntos dos diferentes Ministérios sempre manifestando as nossas preocupações" e assume que este é "um assunto que nos preocupa imenso. Há muito tempo que temos tido várias conversas com o Carlos Andrade. Não é só a questão da urgência e da emergência, é também a questão da ressonância magnética". Temos feito o nosso trabalho", garante.

Ainda nesta reunião de Câmara, o vereador do PSD lançou um desafio à autarquia, tendo em conta a recente lei que proíbe o lançamento de beatas para o chão: "A proposta que eu faço não é que façamos mais campanhas contra o tabaco, porque vai da consciência de cada um, mas acho que a Câmra poderia pôr alguns cinzeiros na cidade, porque não existem. E penso que era uma maneira de podermos sensibilizar as pessoas para aquilo que têm de fazer: apagar o seu cigarro num cinzeiro e não deitar a beata para o chão", apresentou Rui Santos.

O vereador do PSD defende que também "compete a nós, enquanto Câmara, fazer este trabalho porque de certeza que nenhum de nós quer ver um munícipe a ser multado com 250 euros".

Já Manuel Jorge Valamatos aceitou o desafio, afirmando no entanto que estas questões têm sempre os dois lados da moeda: "Há cidadãos a dizer que a Câmara deve pôr cinzeiros e há cidadãos a dizer que é uma vergonha andar a gastar dinheiro em cinzeiros".

Armindo Silveira (BE) defendeu que esta é uma questão de "civismo". Já o vereador João Gomes deu conta de que "o processo já foi iniciado".

 

 

Ana Rita Cristóvão