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Abrantes: Câmara justifica abate de árvores com “fungo que as estava a consumir por dentro”

8/02/2019 às 00:00
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No dia 1 de fevereiro, Portugal continental foi afetado por ventos fortes durante a passagem da depressão “Helena”. Em Abrantes, os ventos também se fizeram sentir e a Proteção Civil foi chamada a intervir em algumas situações. Uma delas ocorreu junto à Escola Dr. Manuel Fernandes, mais propriamente no parque de estacionamento da Praceta S. João Baptista de La Salle.

Uma árvore caiu e provocou danos num veículo ligeiro. Bombeiros e sapadores foram chamados ao local do incidente e removeram as restantes árvores “que poderiam causar perigo para a população”. Na altura, Inês Mariano, coordenadora operacional municipal de Proteção Civil, explicou o abatimento das árvores, justificando "uma ordem superior" e que as mesmas mostravam “alguns sinais de estarem debilitadas”, sendo assim “uma questão de prevenção”.

O assunto foi levado à reunião de Executivo da Câmara Municipal de Abrantes esta sexta-feira , dia 8 de fevereiro, pelo vereador do PSD, Rui Santos, que questionou acerca dos motivos que levaram ao corte e se, “quando foi feita a intervenção na Praceta, já as árvores davam sinais de problemas”.

Aquando do abate das árvores, moradores da Praceta lembraram que durante a intervenção de requalificação, em junho de 2018, as caldeiras das árvores foram intervencionadas e que tinham sido cortadas raízes. Logo, “mais dia, menos dia, as árvores iriam secar”. Esta poderia ser uma das justificações para o abate de 17 árvores mas, em reunião de Câmara, o vereador Manuel Jorge Valamatos avançou com outra explicação.

“Em termos visuais, as árvores não apresentavam qualquer fragilidade. O que estava a acontecer é que as árvores estavam a ser consumidas por dentro, estavam a ficar ocas e não tivemos logo essa perceção quando, há um mês e meio, uma outra árvore tinha caído”, explicou o vereador socialista.

“Quando caiu a segunda árvore, percebemos que estávamos perante uma doença, diagnosticada de imediato pelos nossos técnicos. Trata-se de um fungo que tomou conta da parte interna da árvore e a ia fragilizando de forma muito significativa”, avançou o vereador dizendo que “não íamos correr o risco de que caísse uma terceira árvore que danificasse os carros ou, mais grave ainda, que caísse em cima de alguma pessoa”.

Quanto ao futuro visual da Praceta S. João Baptista de La Salle, Manuel Jorge Valamatos disse que, “neste momento, estamos a tratar de um procedimento de reequilíbrio do espaço do ponto de vista de plantação de novas árvores. Irão ser árvores adaptadas ao local, pois, como sabemos, é um sítio muito ventoso e complexo porque, para além de ter bolsa de estacionamento, circulam por ali muitas crianças, é perto de uma escola. Não podemos pôr em causa qualquer novo acidente”.

O vereador adiantou que a Câmara está a proceder à compra de novas árvores, “adaptadas ao local, com copas não muito grandes para não provocar grande resistência aos ventos”. Manuel Jorge Valamatos falou uma intervenção “em breve”.

Reunião do Executivo da Câmara Municipal de Abrantes a 8 de fevereiro