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Abrantes: Câmara cessa protocolo do Projeto Bairro ConVida

9/07/2020 às 00:00
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O Executivo da Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, a proposta de cessação do protocolo relativo ao Projeto Bairro ConVida.

Quando iniciou, o projeto tinha objetivos traçados e que diziam respeito à tentativa de dinamização do Edifício Millennium e à tentativa de banir o estigma de insegurança do Bairro de Vale de Rãs, através de projetos desenvolvidos por várias entidades. O cinema voltou ao centro comercial e foram vários os parceiros que ali desenvolveram atividades.

Agora, como explicou a vereadora Celeste Simão, é hora de reformular o projeto e de se conseguir uma abrangência maior pois ali os objetivos foram cumpridos.

“Isto é a vida a funcionar”, disse a vereadora que explicou que “quando as coisas chegam a um determinado ponto, cumpriram-se alguns objetivos a que nos tínhamos proposto e também respondendo às situações apontadas no âmbito do Conselho Municipal de Segurança em determinada altura – e todos se devem recordar das situações que existiam ali naquela zona, naquele bairro onde este projeto estava implementado – e resultando também das reuniões que temos feito de monitorização do projeto com todos os parceiros envolvidos”.

Celeste Simão acrescentou que se chegou “à conclusão, por consenso de todos os parceiros, de que este projeto tem que ser reformulado e tem que ter uma abrangência maior. Temos que sair só daquela zona para, eventualmente, alargar o projeto para outros locais”.

Com o término dos projeto, cessa o protocolo, tratando-se “de uma questão administrativa”.

A vereadora explicou que agora se entra numa fase de diagnóstico e que o que “importa ali é preservar o apoio ao estudo e o acompanhamento dos miúdos que já frequentavam a sala de apoio ao estudo. E isso vai continuar a acontecer pois não faria sentido que fosse de outra maneira. Agora temos que pensar em novas ações, eventualmente com estes ou outros parceiros, fazer um diagnóstico, ver o que ainda falta fazer e alargar a outros bairros na zona”.

O vereador do Bloco de Esquerda disse que iria votar favoravelmente a proposta mas queixou-se de falta de informação sobre o projeto que disse ser “escassa”. Armindo Silveira concorda que o projeto entre dentro do bairro mas falta-lhe as conclusões sobre o que foi feito.

“Na informação fornecida é referido que o Projeto Bairro Convida atingiu os objetivos e que a «semente» foi lançada mas falta informação a sustentar estas afirmações. Entendemos que é necessário fundamentar as afirmações com dados qualitativos e quantitativos e um relatório final que «lerá» esses dados e apresente conclusões. Sem esta informação, a sensação de quem está de fora é que no bairro de Vale de Rãs nada mudou. Até porque é também referido o constrangimento para o projeto o facto de o novo proprietário ter solicitado em dezembro de 2019 a desocupação do espaço. Por isso, não sabemos o que correu bem e o que correu menos bem e nem sequer se existe a intenção de continuar o projeto e qual o local. O BE defende que estes projetos de intervenção social têm que estar dentro do bairro a exemplos muitos bairros em Portugal”, afirmou o vereador bloquista.

Celeste Simão disse que o vereador tinha razão quando afirmou que “falta aqui a avaliação final do projeto mas porque não tem a ver com esta situação, aqui só estamos a rescindir o protocolo. O relatório final virá depois porque neste momento, o que as entidades estão a fazer, é a apresentar o fecho de contas. Isto funcionava por semestres, fechávamos a parte financeira tamnbém por semestres e continuava-se para o semestre seguinte. É evidente que o relatório final virá depois a reunião de Câmara para conhecimento”, esclareceu a vereadora.

 

A sala de cinema

Com a cessação do protocolo relativo ao Projeto Bairro ConVida, que decorreu no Edifício Millenium, surgiu a dúvida ao vereador Armindo Silveira sobre a única sala de cinema atualmente a funcionar na cidade. Neste ponto, foi o presidente Manuel Jorge Valamatos que falou das negociações que estão em curso com a instituição bancária, proprietária do imóvel.

O autarca explicou que Abrantes “ainda não” ficou sem sala de cinema. “É uma questão que também temos em mãos”, disse, esclarecendo que havia um contrato de arrendamento com a empresa dona das lojas e salas do Edifício Millenium mas que o património é agora de uma instituição bancária que “nos colocou a possibilidade de comprarmos só que aquilo tem um valor absolutamente desajustado àquilo que são as nossas expetativas. Não temos que estar a comprar coisas com preços totalmente fora do enquadramento”.

Manuel Jorge Valamatos até acrescentou “com todo o respeito” que “há algumas instituições que acham que aquela rua é a Avenida da Liberdade em Lisboa ou a Avenida Boavista no Porto”.

No entanto, para além dos altos valores, o presidente também questionou “qual seria de facto o interesse” para o Município, “tendo outras ofertas e outras possibilidades. É isso que estamos a analisar”.

Relativamente à sala de cinema, “as coisas também não estão muito fáceis (…) mas continuamos em negociação com a instituição bancária para, eventualmente, conseguirmos encontrar aqui uma solução”.

E por falar em solução, Manuel Jorge Valamatos falou mesmo do “novo mercado diário” e lembrou o Cineteatro S. Pedro dizendo que “temos muitas possibilidades de podermos ter salas de cinema, com outro potencial, com uma caraterística contemporânea, com custos significativamente menores. Temos que ir gerindo com confiança e com determinação, dia-a-dia, a gestão do nosso Município”, concluiu o presidente”.